Correr 63km em dois dias é para os fortes. Esses atletas de outro patamar existem, são carne e osso e invadirão as ruas do Distrito Federal neste domingo (20/4), a partir das 6h, na disputa de duas das sete categorias da Maratona Brasília 2025 marcadas para amanhã e segunda-feira.
Na segunda-feira, a partir de 5h30, o tiro de largada será para a tradicional maratona (42km), além das provas de 21km, 10km, 5km e 3km (caminhada). Todos os caminhos levam à comemoração do aniversário de 65 anos da capital do país.
Assim como o centro do poder mudou do Rio de Janeiro para Brasília em 1960, a ideia de correr até 63km em dois dias veio da Cidade Maravilhosa. Prima da competição candanga, a Maratona do Rio acrescentou o percurso de 21km no primeiro dia, mais 42km no segundo, há sete anos, na edição de 2018. Dois mil atletas aderiram na estreia. A moda carioca pegou e contagiou destemidos no Distrito Federal em 2024.
Vestir a capa de super-herói não é fácil. Especialistas ouvidos pelo Correio recomendam treino, boa alimentação e descanso. A combinação parece elementar, mas funciona como o principal combustível para manter o tanque cheio de energia.
Esse é o problema do desafio. A gente faz um carregamento de carboidrato que começa 48 horas antes, corre os 21km, e tem rapidamente que começar a se alimentar porque são menos de 24 horas para fazer os 42km. A alimentação precisa vir rapidamente, com muito carboidrato e um pouco de proteína para refazer as microlesões, mas não há muito tempo para se hidratar e encher o glicogênio muscular”, ensinou a nutri-atleta Cristiane Perroni, em 2018, quando encarou o desafio de 63 km pela primeira vez
O corredor Rafael Stremel é um dos valentes. Inscrito no Desafio JK, ele enfrentará 21km neste domingo e mais 21 km na segunda. O percurso será uma espécie de simulado do que vem pela frente. Ele está inscrito no Desafio 21km + 42km da Maratona do Rio, em junho. O atleta competiu na Maratona Brasília em 2024 e volta ao percurso nesta edição.
“A experiência da primeira corrida foi única, ver outras pessoas que também praticam a modalidade juntos é algo impactante. Acredito que será um ótimo teste para sentir como está o meu corpo para esse desafio do Rio de Janeiro”, projeta em entrevista ao Correio.
Testar o próprio limite não é o único ganho em provas de longa distância como a de 63km. A inserção em um grupo de notáveis alimenta o ego e a autoestima. “Acredito que tem dois fatores muito importantes nesse movimento: as pessoas estão cuidando mais da saúde e a corrida é um dos esportes mais acessíveis e fáceis de praticar. E a sensação de pertencimento a uma comunidade. A comunidade da corrida, é muito unida e acolhedora, então isso incentiva novas pessoas a aderirem à modalidade”, testemunha.
Com o fechamento da Esplanada por conta das festividades dos 65 anos, os corredores que irão participar da Maratona Brasília poderão estacionar no Sesilab, Teatro Nacional, anexos dos ministérios e plataforma superior da Rodoviária. Confira os locais:
*Estagiária sob a supervisão de Marcos Paulo Lima